Como anunciamos aqui, a Conclave está trazendo para o Brasil a edição ‘Jogo do Ano’ de Robinson Crusoe. Esta edição vem com modificações substanciais, tais como novos marcadores de madeira, caixa diferente, um novo cenário de jogo, melhorias nas fichas de personagens e um manual de regras totalmente renovado. Ou seja, um jogo ainda melhor do que seu original!
O anúncio desta edição foi tão bem aceito que, acreditamos, batemos um recorde no mercado Brasileiro. Esgotamos 1000 unidades do jogo em apenas 3 dias, na pré-venda. Em algumas lojas o estoque não durou mais do que algumas horas. Isso nos fez tomar a decisão de duplicar a tiragem inicial e de ter um compromisso ainda maior com a qualidade do produto! Portanto, se você não conseguiu pegar o seu, não se preocupe, teremos mais unidades disponíveis logo que entregarmos as unidades da pré-venda.
Mas este post não é para falar da quantidade de jogos vendidos e sim de como se processou o trabalho para trazer esta edição de Robinson Crusoe para o Brasil.
Como já havíamos dito, a edição ‘Jogo do Ano’ não existe ainda em inglês. Ela está programada para ser lançada nos EUA no final de 2016. Portanto, tivemos que fazer a tradução do manual com base nas edições espanhola e italiana. A maior parte da tradução foi feita a partir do espanhol, o que já demandou um enorme trabalho para a adequação dos termos. Para que não houvesse erros (o espanhol tem uma enorme quantidade de falsos cognatos em relação ao português), utilizamos a versão antiga em inglês como referência, bem como a nossa primeira tradução, feita a partir do inglês.
Já conseguiram captar a Torre de Babel, certo? Aí entra a parte “boa”. Nós tivemos acesso somente aos pdfs (não editáveis) das versões em inglês, espanhol e italiano. A edição foi toda feita em cima da versão polonesa, original da Portal Games. A primeira vista isso não parece ser um problema, visto que é só substituir o texto em polonês pelo texto em português… Mas não é bem assim. Primeiro porque algumas fonts utilizadas no jogo são fonts polonesas e não possuem a acentuação tradicional do português. Não foram raras as vezes em que conseguíamos acentuar um N e um Z, mas não existia acento para um A, por exemplo. Til (~) então, passava longe, assim como o circunflexo e o cedilha. Resultado, tivemos que criar cada um desses acentos e, em alguns casos, acentuar manualmente palavra por palavra.
Outra complicação do design foi saber os locais certos de cada texto. Quem conhece o jogo sabe que algumas cartas possuem design muito semelhante entre si. Então, como saber que uma determinada carta é aquela, vendo um texto em um idioma cheio de Z, W, L etc? E como não errar? Para garantir que tudo saísse nos conformes, utilizamos dois computadores e um tablet, além das cartas do nosso jogo em inglês, dispostas na mesa. No computador de trabalho ficava o arquivo que estava sendo editado, com o texto traduzido em um .doc. Em outro computador, ficavam os arquivos em espanhol. No tablet ficavam os arquivos em um outro idioma de suporte e na mesa o material em inglês. Assim, checávamos o arquivo de edição em um programa de tradução (para ter um norte), conferíamos nossa tradução com a versão espanhola e de outro idioma (no computador e no tablet) e, em seguida, fazíamos o check final na carta em inglês que estava na mesa. Só depois disso o arquivo era editado e salvo em PTBR. E claro, que tudo isso só foi realizado depois que a tradução já ter passado pela revisão.
Esse procedimento foi realizado com cada carta, cada cenário, cada personagem, manual, caixa… enfim, com cada componente do jogo. Dá para se ter uma noção do trabalho que deu só de se pensar que só de cartas são 275! 🙂 Uma verdadeira saga para produzir um dos jogos que mais está nos dando orgulho até agora! Já vimos as provas dos componentes e a produção segue de vento em popa e podemos dizer a vocês: Robinson Crusoe está lindo e chegando em muito breve! 🙂